A teoria musical é fundamental para qualquer músico que queira se aprofundar no universo da música. Anteriormente, explorarmos os seguinte aspectos:

  1. A origem da Música;
  2. O Guia Completo para Iniciantes – parte 1;
  3. O Guia Completo para Iniciantes – parte 2;
  4. Roteiro para o Estudante de Música;
  5. A Origem da Paula e da Escrita Musical;
  6. A Origem das Claves e sua Evolução;
  7. Como são dados os nomes às notas;

Desta feita, vamos explorar dois conceitos essenciais: as figuras musicais e a fórmula de compasso. Entender esses conceitos ajudará você a ler partituras com mais confiança e precisão.


Figuras Musicais e Suas Durações

As figuras musicais representam graficamente a duração dos sons. Cada figura possui um valor relativo, ou seja, sua duração é sempre proporcional às outras. Abaixo, apresentamos as principais figuras musicais e, através de sua representação numérica, a equivalência entre elas:

Como interpretar essa relação numérica?

  • A semibreve é considerada a unidade básica, representada pelo número 1.
  • Para preencher o mesmo tempo de uma semibreve, são necessárias 2 mínimas, 4 semínimas, e assim por diante.

Fórmulas de Compasso

A fórmula de compasso é representada por dois números colocados no início da partitura, um acima do outro, como se fora uma fração (mas não é; por isso, na pauta, não se usa uma barra entre eles).

O Que Representa o Número Superior?

  • O número superior indica quantas unidades (batidas – beat – de um tempo) cabem em cada compasso.
  • Exemplo: em um compasso 4/4, o número superior é 4, indicando que o compasso comporta quatro unidades (batidas – beat – de um tempo).

O Que Representa o Número Inferior?

  • O número inferior relaciona-se à tabela de figuras musicais.
  • Ele informa qual figura musical equivale a uma unidade de tempo.
  • Exemplo: se o número inferior é 4, significa que cada unidade de tempo equivale a uma semínima. Dessa forma, a semínima valerá 1 tempo; a mínima (vale o dobro da semínima), 2; a semibreve (vale o dobo da mínima e quatro vezes uma semínima), 4; a colcheia (vale a metade, de uma semínima), 1/2; a semicolcheia (vale a metade de uma colcheia e 1/4 de uma semínima, 1/4; e assim por diante, respeitando sempre a equivalência entre as notas. Por isso, nunca se pode dizer, taxativamente, o valor de cada figura, sem saber qual é a fórmula de compasso, colocada no início da música, ou do estudo musical. A regra é simples: cada figura musical vale a metade da figura que a precede e o dobro da que a sucede. Grave em seu super SSD a ordem dos nomes, das figuras e não terá dificuldades quando chegar em exercícios de rítmica.
Número Inferior Figura Musical
1 Semibreve
2 Mínima
4 Semínima
8 Colcheia
16 Semicolcheia

Relacionando Figuras Musicais e Fórmula de Compasso

Para entender a relação entre as figuras musicais e a fórmula de compasso, vejamos um exemplo:

  • No compasso 3/4, o número superior indica que há três tempos em cada compasso.
  • O número inferior (4) indica que cada tempo é equivalente a uma semínima.
  • Assim, em cada compasso de 3/4, você poderá ter três semínimas, ou outras combinações equivalentes, como:
    • 1 mínima e 1 semínima;
    • 6 colcheias;
    • 1 mínima e duas colcheias;

    As combinações, em todas as fórmulas de compasso, são muitas e determinam, como veremos a seguir, as mais diversas combinações rítmicas.


    Ritmo e Compasso

    Conforme vimos no artigo “Teoria musical: guia completo para você começar a estudar“, “o ritmo se refere basicamente à duração das notas, ou seja, o quanto elas duram, ou uma batida antes da próxima, e quanto tempo entre uma batida e outra. Essas distintas durações, que somadas constituem um padrão rítmico, são representadas nas figuras rítmicas, utilizadas na leitura de partituras“. Há uma grande confusão, cometida por muitos professores de música (eu, inclusive, já cometi esse erro), dizendo que ritmo é a “batida da bateria” ou a “batida dos instrumentos de percussão“. É claro que é muito mais claro perceber o ritmo da música através de uma batida de instrumento de percussão (e eles, também, executam partituras com essas divisões rítmicas), mas na verdade o ritmo é a combinação de tempos das notas, ou seja, isso depende, basicamente da fórmula de compasso, e da combinação de valores que serão colocados em cada compasso (ops!) da música.

    Falamos de compasso no parágrafo anterior.  Compasso é a divisão da música em partes iguais. Voltando à fórmula de compasso 4/4 (a barra entre os dois números é só para separação em textos, fora da pauta; não é fração para ter barra): nessa fórmula de compasso, cada compasso tem quatro tempos e a nota que representa um tempo é a semínima. Então, uma música escrita em compasso 4/4 terá várias divisões (compassos), com quatro tempos cada uma. Quanto maiores forem as combinações em cada diferente compasso, mais rica será a peça musical.

    Compassos mais usados no Brasil

    Aproveitei, já no final desse texto, e fiz uma pesquisa sobre ranking dos compassos mais usados nas músicas brasileiras editadas/registradas. Eis o resultado:

    Observação: Este ranking é uma estimativa baseada em análises gerais da música brasileira e pode variar dependendo do período histórico, gênero musical e outros fatores.

    Posição Fórmula de Compasso Gêneros Musicais Comuns Observações
    1 4/4 Pop, rock, samba, bossa nova, música erudita, sertanejo Mais versátil e utilizado em diversos estilos.
    2 3/4 Valsa, polca, algumas músicas de choro, música erudita Comum em músicas com um ritmo mais suave e dançante.
    3 2/4 Marchas, polcas, algumas músicas de samba e choro Utilizado em ritmos mais vivos e marcantes.
    4 6/8 Samba, bossa nova, choro, alguns ritmos sincopados Comum em músicas com um ritmo mais sincopado e swingado.
    5 9/8 Música erudita, jazz, algumas músicas brasileiras contemporâneas Utilizado em músicas com um ritmo mais complexo e irregular.
    Outros 5/4, 7/8, 12/8, etc. Variados Menos comuns, mas podem ser encontrados em diferentes estilos, especialmente em músicas mais complexas ou experimentais.

     

    Conclusão

    Compreender as figuras musicais e as fórmulas de compasso é essencial para interpretar e executar músicas com mais precisão. Esses conhecimentos não só ajudam na leitura de partituras, mas também enriquecem sua compreensão da estrutura musical. Continue explorando a teoria musical e veja como isso pode transformar sua performance!


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